LUZ

11 de Setembro

Onze de Setembro
Sentimento estranho
Se apossa da minha alma.
Lembro-me onde estava,
Com quem falava
E o que fazia.
Dizem,
O mundo mudou.
As relações não são as mesmas.
Muitas vidas se perderam
E nada se conquistou.
A involução tomou conta
De todos os cérebros.
De um lado,
As vítimas do atentado
De outro,
As vítimas da retaliação.
É certo,
Não só os inocentes pereceram.
Na essência
Todos são vítimas
Da mais pura
E bestial ignorância.
Hoje,
Dez anos depois
Nascem diariamente,
Em todo o mundo
No mundo todo
Novas vítimas
Em forma de segregação.

A LUA - MINHA ETERNA AMANTE

A lua é minha amiga
Uma amiga estranha,
Mas, minha amiga.
Não tem luz própria
Depende do sol
Para fazer apaixonar.
Mas ela, creio,
Pouco se importa
Tira o melhor proveito
De quem nasceu
Para lhe apoiar.
Ela é como a mulher.
Cheia de fases,
E ainda assim,
Com sua energia
Faz o mundo se deslumbrar.
Em seus rompantes
Abre caminho entre as nuvens
Para que os amantes
Possam se enamorar.
A lua é minha amiga.
Na madrugada,
Sorrateira,
Com suas curvas
Me faz delirar.
No amor,
Entrelaçado
Entre pernas, braços e abraços
É com sua luz
Que sinto o calor
De sua doce pele a arrepiar.

VIVER MELHOR

Vive melhor
Quem, da vida,
Tira melhor proveito.
Vive melhor
Quem reveste-se do bom talento,
Quem dedica-se aos atos,
Mesmo os mais sorrateiros,
Do bom auxiliar!
Vive melhor
Quem encontra em si
A felicidade de amar.
Quem dedica-se a descobrir
Suas melhores virtudes
E aceita seus defeitos
Como instrumentos para crescer.
Vive melhor
Quem coleciona amigos verdadeiros.
Não só os de ocasião
Mas também aqueles
Que compartilham suas paixões.
Vive melhor
Quem tem bons motivos para sorrir
E também quem sorri sem motivos.
Vive melhor
Quem enfrenta suas ilusões,
Quem coloca-se em primeiro lugar
E compreende que não é o outro
Que o faz feliz!
Vive melhor
Quem tem o momento presente
Como fonte de inspiração
E sabe que o amor
É o único caminho
Para a caridade
E verdadeira realização.
Vive melhor...
Quem ama sem razão!

O QUE FARIA O AMOR?

Diante da dor
O que faria o Amor?
Se isentaria
E diria que não é com ele?
Ou com compaixão
Juntos, a solução buscaria?

O que faria o Amor
Se exposto a miséria e à fome?
Declinaria
E diria que isto
É um problema meramente humano?
Ou, com seu talento, uniria esforços
Para estômagos e almas, apaziguar?

E com a falta de esperança,
Como se posicionaria o Amor?
Diria que a vida é assim mesmo?
Ou, na força de sua vibração,
Encontraria a energia
Para criar calor e alegria?

Ah...o amor.
Sentimento belo e sublime
Quanto sentido no peito
Não há mal
Que não possa ser desfeito!

O amor é simples
Rejuvenesce e faz viver.

O Amor é arte
Quando sentido em conjunto
Cura até, a dor da morte.

O Amor é mais do que uma canção
É canto universal
Que une toda uma nação!

O Amor é a grande poesia,
Preenche nossa vida com encanto
E abençoada alegria.

O Amor é mais do que um momento
Mora nas almas
De todas as idades,
É perene
Como a própria eternidade.

O Amor é assim
Força viva e pulsante
Alimenta seu coração
E me faz conhecer a mim.

UM OLHAR

Um olhar
Um sinal
Algo bem maior
Do que o simples
Do que o casual
Um olhar
Um encontro?
Um desejo de querer.
Um olhar
Um encanto
Tão comum
Quanto a geração da vida.
É,
Pode ser apenas um olhar,
Um olhar,
Um olhar apenas.
Ou,
Um olhar de encontro
Tão azul
Com o o ensolarado dia que nasce,
Como a flor que floresce.
Pode ser um sinal.
Pode não ser.
Mais do que um olhar
Tão simples e tão casual
Um olhar,
Com um gosto especial.

27.03.2011

MINHA HISTÓRIA

Minha história passada
Não marca meu destino.
A sombra que me persegue
É resultado do sol que me aquece.
Eu sei,
Meus dias que se foram
São pequenas marcas
De uma vida crescente.
Sonhos de verão
Desta sagrada alma
Que respira o presente.
Meus melhores momentos,
Assim como os piores
Fazem do passado uma arte
Que deve apenas ser admirada.
Sem reforço da vã nostalgia
É bom saber
Que a verdadeira alegria
Vem da experiência
Em viver com amor este novo dia.
Minha história passada
Não nega o passado
Apenas o coloca
No lugar demarcado.
Sem lágrimas
Ou sorrisos perdidos.
Apenas a alegria
De viver este dia
Como se fosse o primeiro
E o último
Desta vida de primazia.

AMAR A ROSA

(foto: paulo lima)

Amar a beira mar
Ondas me tomam por completo
Envolvem meu corpo e minha alma.
Deixo-me ficar e redescubro
O velho perfume.
Sou muito mais as rosas
Perfeitas em beleza
E destreza.
Permitem o aroma e a cor.
Com espinhos
Se protegem dos náufragos
Afoitos
E dos ébrios sonâmbulos.
Eu descobri a rosa.
Estava ali a me observar.
Parecia me esperar
Queria me despertar.
Dela colhi algumas pétalas
E as deixei à beira mar
À beira da areia
À beira da Sereia
Rosa e Mar
Harmonia a ser descoberta
Calores pleno em cores.
Sou mais amar a beleza da rosa
Sou mais amar a força do mar
Sou mais amar a delícia dos beijos
Da rosa e suas pétalas
Guardo a essência
É nas ondas do amar que me perco
E no aroma da rosa eu me encontro.

DINHEIRO E MENDIGOS - CONTRAPONTO

Imagem google (claudius) - obtida sem autorização do autor


Tempo nublado
Chuva fina no vidro do carro
Movimento quase zero
Doces e balas no retrovisor
"Compra uma dotor!"
"É prá me ajudá!"
Mendigo estende a mão
Critica o luxo do carro ao lado
Parece até pecado!
É feio ter dinheiro?
Tudo muito esquisito
Duas visões e dois lados
Quem tem, tenta manter
Quem não tem, vai atrás de quem tem.
"O dotor, leva uma, é prá me ajudá!"
Se é feio ter dinheiro,
Por que se mendiga por ele?
Contraponto ou paradoxo?

MAMADEIRAS E CHUPETAS

UFA....VOLTEI

Carinhoso

Alucinado

Tresloucado

De tanta fralda trocar!

Respiro pomada

Dou a última mamada.

Sou o colo das minhas mulheres

Não sou um

Mas, curiosamente, três.

Neles cabem

Todos os anseios

Todos os seios!

Cotidiano...

Recebo,

E mais do que tudo,

Transpiro amor!

Reflexo da doce chegada de mais uma linda filha....

Isabella Nardoni - Nasce Um anjo

ISABELLA NARDONI

E nasce um Anjo

SE EU PUDESSE CONTROLAR O TEMPO,

VOLTARIA AO DIA EM QUE VOCÊ MORREU.

ME TRANSFORMARIA EM ANJO

E ACALMARIA A FÚRIA

QUE, PARA LONGE, TE LEVOU.

SE EU PUDESSE,

DEVOLVERIA AO TEU PEITO

O AR QUE AQUELAS MÃOS,

TÃO RAIVOSAS, INSANAMENTE BLOQUEOU.

SE EU PUDESSE VOLTAR NO TEMPO,

ACALENTARIA TEU CORPO,

SUAVEMENTE EM MEUS BRAÇOS

E TE CONDUZIRIA EM SEGURANÇA

AO COMUM DOS TEUS DIAS.

SE EU PUDESSE TER ASAS,

AO TEU PRÉDIO VOARIA,

COM LEVEZA E AMOR,

NO AR...TEU CORPO EU SUSTENTARIA.

SE EU PUDESSE...

SE EU PUDESSE...

NADA DISSO POSSO,

NADA DISSO...

POSSO APENAS ORAR

E AO DEUS CELESTE APELAR:

RECEBEI ESTA ALMA EM TUA CASA

PARA, SUAVEMENTE,

EM ANJO TRANSFORMAR.

Escrito em 16/04/2008

POESIA

em homenagem ao dia da poesia

Há alguns dias

Tenho pensamentos sem fim

Penso nas grandes alegrias

Que a poesia trouxe até mim.

É como um balanço constante

Levado pela suave onda do mar

Me faz meditar no horizonte

Realçando o doce gosto do amar.

Uma diva perdida na madrugada

Desperta-me do mundo habitual

Trazendo à alma acalentada

O sabor mavioso da vida real.

Esta bela e feliz

Me acompanha tal a um petiz

Sempre presente e marcante

Apresenta-me ao mundo, pouco dilacerante.

Poesia é boa de todo o jeito

Simples,complexa, triste ou romântica

Expõem o sentimento que trago no peito

És filha do traquejo e da semântica.

Com ou sem rima

Palavras invadem o mundo

Não precisa ser obra prima

Com ela, me retomo, jovem e profundo.

FILHO DESTE MUNDO

SOU FILHO DESTE MUNDO
A NOITE ME FAZ PROFUNDO
E POR ELA ME RESTO PROFANO.
SEI,
DESTE LOUCO MUNDO,
NADA LEVAREI
A NÃO SER O PÓ ENVOLTO NO PANO
ME EXALTO DIANTE DAS INCOERÊNCIAS
DETESTO AS INCONSEQÜÊNCIAS
LEVANTO OS VÉUS DO AMOR
E DEFLORO A VENERADA
BELEZA DA FLOR.
DESTE MUNDO NADA LEVAREI
TALVEZ AS LIÇÕES
TIRADAS DOS LIVROS QUE ME ENCANTEI.
NUNCA VI DISCO VOADOR
NEM EM FANTASMAS ME SOCORRI
SE HÁ O SOBRENATURAL,
PARA MIM NÃO SE APRESENTOU
SOU FILHO DESTE MUNDO,
MAS MEU LUGAR NÃO É AQUI!
HIPOCRISIAS ME APRISIONAM
E ENVELHECEM MEU ANTIGO SER.
QUERO MAIS
A BELEZA DO AMAR
DO QUE NO ÓDIO
MINHA VIDA SE PERDER!

DE TANTO AMAR

Imagem recebida por email, desconheço o autor

De tanto amar
Sinto a alma renovada
Vejo cores mais vivas
E sinto o mundo em harmonia!

De tanto amar
Aprecio os olhos da criança
Endireito os caminhos
E fortaleço minha esperança!

De tanto amar
Admiro a fertilidade
Não percebo o peso da idade
E faço meu agora,
Um exemplo de felicidade!

De tanto amar
Dou casa a novos amigos
Enfrento novos desafios
Torno meu peito, um grande abrigo!

De tanto amar
Reencontro meus sonhos
Deixo-me encantar
Com tanto céu e mar!

De tanto amar
Crio uma nova vida
Torno-me feliz
Sendo meu melhor amigo!

AMOR ENTRE FLORES

Re-editando

AMOR ENTRE FLORES

Você sempre vem dizendo

Coisas que, não entendo.

Fala de Adão, Eva e Caim.

Da serpente, da maçã

E da Virgem sem fim.

Insiste em falar de Sodoma

E nunca se esquece de Gomorra.

De mulheres você fala

Como um objeto letal.

Quero compreender mas não consigo.

Parece, você é, apenas teu umbigo.

Fala que não entende o amor

De uma flor por outra flor.

Diz que é a maior virtude.

Que a régia tradição

Prevalece sobre a emoção.

Não compreendo sua indignação

Ao perceber a sagrada cópula

Da abelha com a flor.

Onde entra o desejo fatal?

Aquele que mantém acesa

A chama viva da paixão.

Seja feliz a flor

Que mescla seu perfume

Com outra flor.

Voe livre a abelha

Que satisfaz sua rainha.

Pode-se, maldar

O que não compreende

Só não se pode olvidar

Que mesmo diferentes

Podemos ser fraternais.

À DERIVA!

Foto: digitalização do livro endurance

Os dias, muitas vezes, são como navios lançados ao mar... à deriva.

O quê faço?

Imagem: photobuket

O quê faço quando quero te amar
E, sorrateira, deixa-me só?
O quê faço, quando meus lábios
Se aventuram em tuas costas macias,
E, indecisa, deixa-me o vazio da cama?
O quê faço, quando falta-me sabedoria
Para identificar teus menores anseios?
O que faço, se não compreendo teus medos
Teus desejos, teus pudores ou a falta deles?
O quê faço, se meu corpo, cheio de desejos
Em vão, procura tua alma para se alojar?
O quê faço? Não sei!
O quê sei é que continuo existindo e....
insistindo.

Medo

Foto - autor desconhecido.

Qual é o teu medo?

Qual é a tua dor?

Aprisionam teu viver,

Ou são barreiras para o amor?

Quanto tempo ficarás

Na estrada a contabilizar

As derrotas que o tempo

Sequer, ousou criar?

A VIRGEM E A COROA - I

Dos mares do norte e do sul

Caíram sobre a Virgem,

Expondo charcos de vertigem!

Urubus sobre carne azul.

Com coroas, queriam o melhor proveito

Os trovões intimidaram os filhos da terra

Usaram o nome de Deus, em pleno direito

E chagas para deitar nações inteiras!

A Virgem sincera e fecunda

Mostrou seu ventre, em plena mata

Onde jorrava, além de ouro e prata

Outra riqueza que cedo não se finda!

Do interior novas formas se abriam

Veias, artérias, mais do que prantos

Pulsava vida em todos cantos

Isso as Coroas não compreendiam!

A inocência e a amizade não teve acalento

A Virgem se fechou ao fogo ora abrasado

Ordenou aos filhos, gerados fora do pecado

Resistência à cruz do mito caído ao relento.

A saga apenas começava

Vieram cem, duzentos e mais de mil.

Nada de reis ou príncipes encantados,

Apenas bárbaros e velhos degredados.

CONTINUA - A VIRGEM E A COROA II

A VIRGEM E A COROA II

A Chaga viera se instalar
Virgem nenhuma poderia se curar
Nem mesmo a sacra imagem no altar
A Chaga ousava respeitar!

Tantos vieram usurpá-la
Aos milhares, famigerados surgiam
Alçavam os copos e os peitos bramiam
Bárbaros em público, a execrá-la!

Vociferavam com a escassez de luz aparente
A Virgem lhes negava o insano brilho
Que causava a prata, o ouro e o diamante
Em seus corações endurecidos pelo orgulho!

Ao contrário,Ofereceu aos filhos da cruz
Água e aconchegoSempre ao abrigo da luz.


A Virgem se rendeu à “destinação”
A mistura aceitou com maestria
Como sinal de grande evolução
Ora, a chaga não manifestou alegria.

A Virgem, superior, assistiu calada
Suas filhas sangradas em terra seca
Era o princípio da veia manchada
Que até a alma o tempo resseca.


CONTINUA - A VIRGEM E A COROA - III

Paulo Lima