Translate

segunda-feira, maio 05, 2008

Amor e Opção Sexual - Comunhão Possível?



Ainda extasiado com a achapante vitória do Mega esquadrão palmeirense, retornava de Atibaia, após um ótimo final de semana. Desta feita tive que retornar de ônibus e depois metrô, pois a família ficou mais um dia naquela encantadora Cidade.

Viagem rápida até que, já próximo do metrô Vergueiro observei uma cena, no mínimo inusitada.

De algum modo, apesar da bela vitória do Palmeiras, eu estava chateado com a violência pós jogo. Integrantes de uma torcida organizada tentaram invadir o Parque Antártica e a Polícia, cumprindo o seu papel, reprimiu. Sobrou porrada prá todo o lado. Crianças, mulheres e torcedores inocentes também levaram a pior. Uma lástima!

Bem, como dizia, observei duas moças (ambas com seus 25 anos, aproximadamente), e pareciam namoradas. Seu comportamento carinhoso, de mãos dadas e troca de discretíssimos beijos, me autorizam a afirmar isso. Até ai, tudo tranquilo. Nenhum dos passageiros (e o trem estava razoavelmente cheio), se importava com a situação. Pelo menos em momento algum demonstravam, com risos, olhares proibitivos e outros comportamentos que poderiam indicar qualquer tipo de preconceito.

Passadas duas estações, entraram dois rapazes com roupas, cabelos estilizados e todos os adereços dos Punks. Até ai, também, tudo normal. Num determinado momento eles identificaram a presença das duas moças e passaram a encará-las, de forma continuada e acintosa. Nada além disso. Não se moveram, não direcionaram nenhum palavrão, nenhum comentário direto, apenas um toque do loiro para o outro amigo passasse a observar também.

As moças, por sua vez, imediatamente se largaram. Abaixaram suas cabeças, mudaram de lugar e demonstraram total desconforto com a presença dos rapazes.

Na estação seguinte os dois rapazes desembarcaram. Na plataforma, continuaram encarando e apontando para as moças, como quem diz: "vocês não perdem por esperar, o mundo dá voltas", sinalizando com as mãos em giro e colocando as mãos no pênis, sobre as calças.

Esta situação somada a um cartazete que encontrei fixado no pára-brisa do carro de minha esposa (com frases e indicação de site homofóbico), me trouxe algumas questões:

Pergunto: Qual é o problema da humanidade? Qual é o problema de fazer e opção sexual por pessoas do mesmo sexo? Por que, quem toma essa decisão (por amor ou não), não pode expressar, como qualquer ser humano suas emoções e carinhos em público, como qualquer outra pessoa? Por que devemos considerar diferentes aqueles que são iguais? Por que o meu olhar deve moldar o comportamento e as decisões do outro? Será que não basta de violência, física e psicológica? Será que não basta de mortes por motivos banais?

Insisto nisso! Creio que é necessário respeito, educação, formação e menos, muito menos HIPOCRISIA.

6 comentários:

  1. querido Paulo,
    eu acho que o maior problema da humanidade é o sentimento de soberania, o ser humano acredita que tem o poder de julgar o seu próximo sem olhar pro próprio umbigo... e mais, julga sem fundamento, já que não há no que se basear de concreto pra condenar o amor entre pessoas do mesmo sexo. Eu amo a minha namorada e felizmente nunca passei por isso nos seis meses que estamos juntas, acredito não ferir ninguém fazendo carinho e andando de mãos dadas em público, mas sofremos por termos de ficar separadas em datas especiais dessas que se passa com a família. Ontem mesmo eu estava falando a ela: quando será que vamos poder estar juntas sempre, porque as pessoas não encaram com naturalidade e aceitam aqueles que amam do jeito que são?
    Eu tb tenho muitas perguntas...
    Fico triste que as coisas sejam assim.
    Mas acho belo existirem pessoas que como você, apesar de não viverem isso na pele são lúcidas e justas!
    beijos doces

    ResponderExcluir
  2. gRANDE pAULO,

    é muito importante que pessoas esclarecidas e de bem com a vida façam perguntas corretas.

    errado estão esses punks, nada há de errado em expressar de forma correta o amor e o afeto, pois o mundo seria um lugar bem melhor se o amor prosperasse, independente dessas barreiras.

    grande abraço, colega e bloggeiro amigo

    ResponderExcluir
  3. Paulo,
    Meu querido amigo!
    Quem dera se o mundo fosse habitado somente de 1% de pessoas como vc...
    Com certeza, não nos depararíamos com tanta estupidez.
    Eu ainda acredito que as pessoas têm correção.
    Um grande Abraço!
    Kennedy Valençola

    ResponderExcluir
  4. Querida Mutante: tu o sabes, o melhor de tudo é exercitar nosso amor e expressá-lo como manda nosso coração. Agradeço suas belíssimas visitas...sempre,

    Dj, é isso mesmo. Sempre que pudermos devemos tentar clarear as idéais para que elas não se transformem em ideais mortos...abraços e agradeço a visita.

    Kennedy...agradeço o carinho. Sem falsa modéstia, você sabe que expresso aquilo que penso. Agradeço a visita e os comentários.

    ResponderExcluir
  5. Eu é que tenho a agradecer querido!
    beijo doce

    ResponderExcluir
  6. Brilhante postagem... vivemos em uma nação democrática, cuja lei Máxima, a Constituição, afirma, de modo expresso, a defesa de todas as pessoas, sem qualquer forma de discriminação. Discriminar, além de ilegal, é afrontar ao Pai Celestial e a todos os Espíritos Iluminados que ele nos deixou, quaisquer sejam os credos. Parece utopia, mas deveria haver formas mais efetivas de combater a discriminação. É importante divulgar-se o artigo quinto da Constituição. Enquanto isto não se faz... que todos se amem e se aceitem, todos flores deste jardim magnífico, a Vida.

    ResponderExcluir

Seja gigante, comente:..