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segunda-feira, setembro 03, 2007

A VIRGEM E A COROA - IV


Victor Meirelles PRIMEIRA MISSA DO BRASIL, 1860Óleo sobre tela – 268 x 356 cmColeção Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Não bastaram os negros da terra
De longe, negros arrebatados
Filhos de outra Virgem distante
Adotados pela Virgem, filhos errantes!

Extraídos do seio da Virgem
Outrora com a pele e cabeça vermelha
O filho armou seu peito de negro
E bradou com toda a grandeza.

O grito denunciava a dor de um povo
Eram amigos que ousavam aprender
Pois através de seu brado vigoroso
Iam à guerra sem se arrepender.

Sem ladainha e com muita coragem
Sua arma era a força sem muita plumagem
Dos braços rijos como a tora
Travavam-se pelejas que a Chaga ignora.

Ardia no peito, como prova de respeito
A dor das batalhas longe do leito,
Todos queriam, à Virgem mostrar
Por Ela, toda a dor, poderiam suportar.

Eu sei, parece lamúria de vencido
Ledo e variado engano
A Virgem ainda guarda para si
Muito mais do que o simples profano.

É exercício vivo,
A Chaga, com o tempo entenderá.
Até hoje, após tantos enganos
A Virgem das cinzas renascerá.

É certo ela ainda não encontrou
Remédios para sua dor.

Um dia, talvez
Quando olhar ao passado
E com ele quiser aprender
Valerá lembrar da Virgem
Que um novo mundo fez florescer!


Paulo Lima

2 comentários:

  1. Estive visitando seu blog e apreciei tudo o que vc escreveu até aqui, observando cada mensagem que vc intui na mente, motivando nossa forma de pensar. Desejo a vc sorte e sucesso sempre! Receba meu abraço fraterno.

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  2. agradeço a sua carinhosa visita. abraços, Paulo

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