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quarta-feira, março 21, 2007

O PAPA E SEU REBANHO


(Foto: Paulo iLma - Trecho de León no Caminho de Santiago)

Nestes últimos dias pouco tenho escrito no blog, “o ganha pão” tem me tomado! Porém, não poderia me furtar de tecer alguns comentários sobre alguns eventos religiosos que tem ocorrido nos últimos dias. Principalmente sobre as novas e não tão novas assim, regras de conduta divulgadas pelo Vaticano, através do Sumo Pontífice, o Papa Bento XVI.
Vou me ater a basicamente duas: a contínua proibição do uso de preservativos e a condenação cabal do segundo casamento. Tudo isso, próximo de sua visita ao Brasil e poucos dias após a promoção de Frei Galvão ao posto de Santo.
Nada, absolutamente nada, contra o Frei que aliás, segundo seus fiéis, é milagreiro mesmo. Não tenho condições questionar sua santidade, nem seria justo, pois pouco conhecimento tenho sobre sua existência e sobre os motivos que levaram à sua Santificação.
O que me deixa desconfortável é a insistência da Igreja em ampliar suas tradições conservadoras, enquanto inúmeras pessoas no mundo todo, morrem por não usarem o bendito preservativo. Estudos da ONU garantem que milhares de pessoas, confusas com os dogmas religiosos, deixam de se proteger pois temem arder no inferno. O que elas não sabem (ou sabem) é que a despeito do fogo do inferno suas carnes são trucidadas aqui na Terra mesmo pois a doença sexualmente transmitida não distingue entre homens e mulheres, raça ou classe social. O problema, neste caso e para variar, afeta os empobrecidos e menos esclarecidos. As pessoas continuam se relacionando sexualmente para ter prazer, para se tornarem unas com seus pares e não apenas para a reprodução. Tenho a certeza que isso acontece nas famílias mais beatas e fiéis freqüentadoras das missas, pura hipocrisia. A concepção não é o único mote do sexo.
Sobre a condenação do segundo casamento, gostei muito do artigo escrito por Ruben Alves, para a Folha de São Paulo. Vale a pena ler. Nele, o nobre escritor, amplia os motivos para a divulgação de tal regra. No seu entender o motivo é simples: a Igreja está fraca e não pode assumir sua falência perante a instituição casamento, se o mundo separa aquilo que a Igreja uniu, a instituição religiosa falhou. Básico.
Não importa à Igreja o amor que verdadeiramente une as pessoas, mas sim, o contrato que se assina diante da presença do Padre. Isto importa! Se o casal não se ama ou deixou de se amar ao longo de sua união, deve continuar até que a morte os separe. O amor não importa. Se houver a separação a Igreja falhou e se falhou não pode conceber um novo casamento, que certamente , na visão do clero, é pecador.
Creio que vale a reflexão. Nada contra a Igreja mas algumas coisas devem ser revistas.
Ah, os padres devem continuar celibatários...afinal sexo é pecado.

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